Folclore significa conhecimento popular. Foto: Claudia Baiana - Acarajé no Rio de Janeiro
EXTRAÍDO DO Portal EcoD.
http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2012/agosto/tudo-que-e-inventado-deixa-de-ser-folclore-defende#ixzz24IwqLsXq
"Tudo que é inventado forçadamente deixa de ser folclore", defende Fernando Ferreira
No Dia do Folclore, lembrado em 22 de agosto, o que você celebra: apenas as lendas ou também as tradições? O questionamento surge em função de uma afirmação da Federação do Folclore Português (FFP), que defende a importância da distinção do conceito popular e tradicional do fato folclórico.
O presidente da FFP, Fernando Ferreira, frisou a diferença dos dois conceitos durante um evento para folcloristas, realizado no Rio de Janeiro, em 2011. "São duas coisas muito ligadas, mas uma não é igual a outra". Ele ressaltou que "tudo que é inventado forçadamente deixa de ser folclore".
Mas então... o que é o folclore?
Nada a mais, nada a menos do que "conhecimento popular", já que o termo surgiu a partir da junção de duas palavras em inglês: Folk (povo) e Lore (conhecimento), que compôs um artigo do pesquisador William Jonh Thoms, em 1846.
De acordo com a Carta do Folclore Brasileiro, aprovada pelo primeiro Congresso Brasileiro de Folclore, em 1951, o fato folclórico é constituído pelas "maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular, ou pela imitação" e pode ser percebido na alimentação, na linguagem, no artesanato, na religiosidade e nas vestimentas de uma nação.
Assim, o folclore inclui mitos, lendas, contos populares, brincadeiras, provérbios, adivinhações, orações, maldições, encantamentos, juras, xingamentos, gírias, apelidos de pessoas e de lugares, desafios, saudações, despedidas, trava-línguas, festas, encenações, artesanato, medicina popular, danças, música instrumental e canções, definiu o IBGE.
A partir das tradições e dos costumes de cada povo, surgem as lendas e os mitos, explicou o professor da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Gildeci Leite. "As narrativas [como gosta de definir as lendas] são criadas por autores coletivos de forma espontânea e traçam comportamentos dos valores de determinados grupos."
"Quem conta um conto, aumenta um ponto"
O professor salientou as diferentes maneiras de se contar uma mesma narrativa. Ele utilizou o ditado "quem conta um conto aumenta um ponto" e as diferentes culturas para justificar a causa da mudança das narrativas. O Boitatá, por exemplo, é contado de formas diferentes no Norte/Nordeste e no Sul.
A mitologia também foi considerada por Gildeci Leite como pedagógica. "As narrativas unem o maravilhoso e o pedagógico. Chama a atenção das crianças para a diversidade cultural", comentou o professor.
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