quinta-feira, 29 de novembro de 2012

E AGORA, JOSÉ?

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

EM VEZ DE OU AO INVÉS DE ?

Atenção na utilização das expressões
EM VEZ DE    e    AO INVÉS DE .
 
Veja a regra da dica do site EDUCAR PARA CRESCER.
 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012



Essa obra de arte enfeita a praia de Capacabana, no Rio de Janeiro.

Vamos conhecer uma poesia de Drumond?

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

HISTÓRIA DO DIA DA BANDEIRA

A atual bandeira do Brasil foi inspirada na bandeira do período imperial
A atual bandeira do Brasil foi inspirada na bandeira do período imperial

No dia 19 de novembro comemora-se o Dia da Bandeira do Brasil, essa comemoração passou a fazer parte da história do país após a Proclamação da República, no ano de 1889. Com o fim do período Imperial (1822-1889), a bandeira desenhada por Jean Baptiste Debret, que representava o império, foi substituída pelo desenho de Décio Vilares.
A substituição da bandeira imperial por uma bandeira republicana representa as mudanças que o Brasil passava naquele momento: mudanças na forma de governo e de governar, do regime imperial para uma república federativa. Além disso, a nova bandeira representava a simbologia que estava agregada ao republicanismo, como a ideia de um Estado-nação, o patriotismo e o surgimento do sentimento nacionalista, ou seja, a construção identitária do povo brasileiro, a identidade nacional.
As bandeiras não são restritas a serem simbologias somente do Estado-nação, ou de algum país, mas existem bandeiras que representam diversas regiões que integram o país e diferentes instituições e esferas sociais. Existem bandeiras que simbolizam times de futebol, torcidas organizadas, cidades, Estados, instituições religiosas e governamentais como cidades, exército, além das instituições comerciais, bandeira de uma empresa.  
Temos notícias de que as primeiras bandeiras foram visualizadas na antiguidade, eram utilizadas nos exércitos como meio de reconhecimento entre os diversos soldados. Atualmente, no mundo contemporâneo, todo Estado-nação possui uma bandeira nacional que representa e dá unidade à nação, ou seja, unifica diferentes povos. Dessa maneira, a instituição da comemoração do dia da bandeira acrescentou mais um elemento simbólico na construção da identidade nacional.
Leandro Carvalho - Mestre em História
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

QUAL É O COLETIVO DE...


http://pt.wiktionary.org/wiki/Ap%C3%AAndice:Coletivos

Substantivo Coletivo
abelhas colmeia / enxame / cortiço
abutres bando
acompanhantes comitiva / cortejo / séquito
alhos / cebolas réstia
alunos classe
amigos (em assembleia) tertúlia
animais (em geral) piara / pandilha
animais (de uma região) fauna
animais (de corte) gado
animais de carga tropa (se inferior a 10) / lote
animais ferozes alcateia
animais (de raça, para reprodução) plantel
anjos chusma / coro / falange / legião / teoria
apetrechos profissionais ferramenta / instrumental
aplaudidores pagos claque
arcabuzeiros batalhão / manga / regimento
arroz batelada / partida
armas tomadas do inimigo troféu
artistas cênicos (atores / atrizes) elenco / grupo
árvores aleia / alameda / arvoredo / fileira / renque
asneiras chorrilho / enfiada
asnos manada / récova / récua
assassinos joldra / choldra / choldraboldra
assistentes assistência
astros constelação
ator elenco
aves bando / revoada
aviões esquadrilha / esquadrão / frotilha
balas saraiva / saraivada
bambus moita
bananas penca
bandeiras de marinha mariato
bandidos malta / choldra
bandoleiros caterva / corja / horda / malta / súcia / turba
bêbados corja / súcia / farândola
bispos sínodo / concílio
bois / vacas manada / abesana / armento / cingel / horda / jugada / jugo / junta / ponta de gado / rebanho
bombas bateria
borboletas panapaná / panapanã (Não é exatamente o coletivo de borboletas, porém é uma expressão indígena que indica um bando de borboletas que aparecem em certa época do ano).
botões de vestuários abotoadura / carreira (quando enfileirados)
brinquedos choldra
bugios capela
bruxas conciliábulo
burros / jumentos tropa / grupo / lote / manada / récova / récua / comboio (quando carregados)
bustos de uma coleção galeria
cabelos (em geral) chumaço / madeixa
cabelos (de acordo com a separação) trança / marrafa
cabos cordoalha / cordame / enxárcia
cabras fato
cadeiras (alinhadas) fila / carreira / linha / renque
cães adua / cainçalha / canzoada / matilha
câmaras congresso / assembleia
cameleiros caravana
camelos cáfila / récua
caminhões frota
canhões bateria
camundongos ninhada
cantilenas salsada
cantores coro
caranguejos cambada corda
cardeais (em geral) sacro colégio
cardeais (reunidos sob a direção do Papa) consistório
cardeais (reunidos para eleger o Papa) conclave
cartas escrínio
cavalgaduras récua
cavalos tropa
cereais batelada
chaves molho
cônegos
cónegos
cabido
demônios
demónios
legião
desordeiros caterva
elefantes armento
espectadores auditório
estátua galeria
estrelas constelação / plêiade
estudantes turma
examinadores banca
exemplos exemplário
exploradores bandeira
flores ramalhete / braçada / ramo
formigas correição
gafanhotos nuvem
gansos gansaral
gente chusma
heróis falange
ilhas arquipélago
jurados corpo
ladrões quadrilha
leis legislação
lenha talha
livros biblioteca
lobos alcateia
médicos junta
moças rancho
mulas ponta
músicos banda
navios frotilha / armada / esquadra
ovelhas rebanho
pássaros revoada / bando
papel resma
peixes cardume
pérolas fio
pessoas ror / multidão / roda / aglomeração
pintinhos ninhada
plantas flora
nuvem
porcos vara
prisioneiros leva
professores / religiosos congregação
quadros acervo / pinacoteca
roupas rol
serras / montes cordilheira
soldados batalhão / troço / exército
tecidos fardo
trechos literários antologia
vadios
vagabundos
caterva / matula / malta
veículos frota
velhacos súcia
vespas enxame
vídeo videoteca
viajantes caravana
vozes coro

sábado, 10 de novembro de 2012

POESIAS DE CECÍLIA MEIRELES

Recado aos Amigos Distantes Meus companheiros amados,
não vos espero nem chamo:
porque vou para outros lados.
Mas é certo que vos amo.

Nem sempre os que estão mais perto
fazem melhor companhia.
Mesmo com sol encoberto,
todos sabem quando é dia.

Pelo vosso campo imenso,
vou cortando meus atalhos.
Por vosso amor é que penso
e me dou tantos trabalhos.

Não condeneis, por enquanto,
minha rebelde maneira.
Para libertar-me tanto,
fico vossa prisioneira.

Por mais que longe pareça,
ides na minha lembrança,
ides na minha cabeça,
valeis a minha Esperança.

Cecília Meireles, in 'Poemas (1951)'

terça-feira, 6 de novembro de 2012

MAS OU MAIS

Escrever é preciso, mas... onde uso o MAS ou o MAIS de forma correta?  Veja a dica do site EDUCAR PARA CRESCER. E se quiser mais dicas, vá também e faça uma visita!!

 
 
Dica nossa: leia muito, pois é olendo que se assimila melhor as formas de uso de nossa lingua!
 
 

domingo, 4 de novembro de 2012

CECILIA MEIRELES - BIOGRAFIA


 




Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    
Cecília Meireles
Cecília Meireles
Nome completo Cecília Benevides de Carvalho Meireles
Nascimento 7 de novembro de 1901
Rio de Janeiro
Morte 9 de novembro de 1964 (63 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade  brasileiro(a)
Parentesco Carlos Alberto de Carvalho e Meireles e Matilde Benevides
Cônjuge Fernando Correia Dias (1922-1935)
Heitor Grillo (1940-1972)
Filho(s) Maria Elvira Meireles
Maria Matilde Meireles
Maria Fernanda Meireles Correia Dias
Ocupação Poetisa, jornalista, professora de Literatura
Principais trabalhos Ou Isto ou Aquilo / Romanceiro da Inconfidência
Escola/tradição Modernismo, Simbolismo
Movimento estético Poesia
Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu naTijuca, Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901 e faleceu no Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964.

Poetisa, Pintora, Professora e Joranalista.

É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

 

Biografia

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu na Tijuca, Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901, filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, um funcionário de banco e Matilde Benevides Meireles, uma professora. Cecília Meireles foi filha órfã criada por sua avó açoriana, D. Jacinta Garcia Benevides, natural da ilha de São Miguel. Aos nove anos, ela começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre os anos de 1913 e 1916 e estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional.

Em 1919, aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.

No ano de 1922 casou com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Seu marido, que sofria de depressão aguda, suicidou-se em 1935. Voltou a se casar, no ano de 1940, quando se uniu ao professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo, falecido em 1972. Dentre as três filhas que teve, a mais conhecida é Maria Fernanda que se tornou atriz de sucesso.

Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Observa-se ainda seu amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como Leilão de Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de Carolina, O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino azul e A pombinha da mata, entre outros. Com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração, a assonância e a rima. Os poemas infantis não ficam restritos à leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura.

Em 1923, publicou Nunca Mais… e Poema dos Poemas, e, em 1925, Baladas Para El-Rei. Após longo período, em 1939, publicou Viagem, livro com o qual ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras.Católica, escreveu textos em homenagem a santos, como Pequeno Oratório de Santa Clara, de 1955; O Romance de Santa Cecília e outros.

Em 1951 viajou pela Europa, Índia e Goa, e visitou pela primeira e única vez os Açores, onde na ilha de São Miguel contatou o poeta Armando César Côrtes-Rodrigues, amigo e correspondente desde a década de 1940.[2]

Homenagens

Nos Açores, de onde eram oriundos os seus pais,[3] o nome de Cecília Meireles foi dado à escola básica da freguesia de Fajã de Cima, concelho de Ponta Delgada, terra de sua avó-materna, Jacinta Garcia Benevides.

Após sua morte, recebeu como homenagem a impressão de uma cédula de cem cruzados novos. Esta cédula com a efígie de Cecília Meireles, lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989, seria mudada para cem cruzeiros, quando da troca da moeda pelo governo de Fernando Collor.[1][4]

Obras

Cecília Meireles em Lisboa. Desenho de seu primeiro marido, Fernando Correia Dias.

OBRAS
  • Espectros, 1919
  • Criança, meu amor, 1923
  • Nunca mais, 1923
  • Poema dos Poemas, 1923
  • Baladas para El-Rei, 1925
  • Saudação à menina de Portugal, 1930
  • Batuque, samba e Macumba, 1933
  • O Espírito Vitorioso, 1935
  • A Festa das Letras, 1937
  • Viagem, 1939
  • Vaga Música, 1942
  • Poetas Novos de Portugal, 1944
  • Mar Absoluto, 1945
  • Rute e Alberto, 1945
  • Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1948
  • Retrato Natural, 1949
  • Problemas de Literatura Infantil, 1950
  • Amor em Leonoreta, 1952
  • Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, 1952
  • Romanceiro da Inconfidência, 1953
  • Poemas Escritos na Índia, 1953
  • Batuque, 1953
  • Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
  • Pistoia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
  • Panorama Folclórico de Açores, 1955
  • Canções, 1956
  • Giroflê, Giroflá, 1956
  • Romance de Santa Cecília, 1957
  • A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957
  • A Rosa, 1957
  • Obra Poética,1958
  • Metal Rosicler, 1960
  • Poemas de Israel, 1963
  • Antologia Poética, 1963
  • Solombra, 1963
  • Ou isto ou Aquilo, 1964
  • Escolha o Seu Sonho, 1964
  • Crônica Trovada da Cidade de San Sebastian do Rio de Janeiro, 1965
  • O Menino Atrasado, 1966
  • Poésie (versão francesa), 1967
  • Antologia Poética, 1968
  • Poemas Italianos, 1968
  • Poesias (Ou isto ou aquilo& inéditos), 1969
  • Flor de Poemas, 1972
  • Poesias Completas, 1973
  • Elegias, 1974
  • Flores e Canções, 1979
  • Poesia Completa, 1994
  • Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998
  • Canção da Tarde no Campo, 2001
  • Poesia Completa, edição do centenário, 2001, 2 vols. (Org.: Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)
  • Crônicas de educação, 2001, 5 vols. (Org.: Leodegário A. de Azevedo Filho. Rio de Janeiro:

SEMANA DA CRIANÇA NO CEAS