Murilo Melo
Iracema Chequer
Agência A TARDE
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) é um espaço de variadas expressões artísticasDe cara nova, com um modelo marcado pela interatividade com o público, os museus baianos têm atraído mais visitantes entre pessoas de diversas idades. Temas como cerâmica popular, oficinas de música e valorização de jovens artistas locais têm atraído mais pessoas e desmentido a lógica de que museu é "lugar de coisa velha".
Responsável pela Dimus (Diretoria dos Museus da Bahia), Maria Célia Moura explica que, nos últimos anos, houve aumento na visitação em decorrência de uma mudança na forma de realização dos projetos."Uma visão mais moderna foi essencial para tornar os espaços mais vivos", diz a diretora, acrescentando que os lugares oferecem debates sobre os temas apresentados nas mostras, além de programas para aproximação com a comunidade.
O Museu Udo Knoff, localizado no Centro histórico de Salvador, é um exemplo disso. O acervo ganhou uma nova proposta expográfica, onde, além de se entender a história, aprende-se a desenvolver atividades em processo coletivo. De acordo com Célia, na comparação entre o primeiro trimestre de 2011 e 2012, o Museu Udo Knoff teve um aumento de 298% de visitantes.
O local reúne peças de cerâmicas e azulejos portugueses, espanhóis, franceses, entre outros, do ceramista alemão Horst Udo Knoff. Também são expostas obras produzidas dentro do museu por alunos e outros visitantes, que constroem peças de cerâmica com a ajuda de orientadores.
“Lá, as portas estão abertas para estudantes, visitantes de todas as idades e para a comunidade. É um espaço para diálogo, onde nós discutimos temas do passado até o cotidiano”, conta Maria Célia, que ainda conta ter recebido crianças da APAE para participar do processo de criação.
Até quem não entende muito de arte é unânime em considerar o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) como um acervo de variadas expressões artísticas.
O espaço, que fica situado no conjunto arquitetônico Solar do Unhão, oferece uma série de atividades como técnicas de gravura e pintura de todos os tipos, com o objetivo de aproximar o público do universo da arte moderna. No local, também acontece, sempre aos sábados, a tradicional Jam no MAM.
O MAM também é responsável por inovar em novas linguagens para exposições culturais. O audiovisual se tornou ferramenta importantíssima, tanto que é explorado por artistas locais, nacionais e estrangeiros e vem ganhando espaço em programas educativos do museu.
A ideia de utilizar arte através da multimídia é promissora. “É mais interessante para os jovens. Realizamos atividades com videogame que atraiu muita gente, mas não perdemos o contexto. Fizemos jogos a partir de temáticas com a cultura do patrimônio histórico nacional e os meninos adoraram”, analisou Maria Célia, que aponta também salas de videoconferência como uma boa estratégia para atrair público.
Outros museus ligados à Dimus, diz Maria Célia, também tiveram aumento de público. Entre 2007 e 2011, o Solar Ferrão teve um aumento de 140% de visitantes. No mesmo período, o aumento na visitação no Parque Histórico Castro Alves (Cabaceiras do Paraguaçu) foi de 62%. O Museu Tempostal, em Salvador, teve um acréscimo de 17%.
http://atarde.uol.com.br/cultura/noticia.jsf?id=5837837&t=Museus+mudam+de+cara+e+atraem+mais+publico
